Antropólogo da UFMT recebe nomes Bororo

O professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Paulo Augusto Mário Isaac, foi acolhido pela nação indígena Bororo através do Ipáre, ritual de nomeação Bóe-Bororo. Nessa cerimônia, considerada um batismo, o antropólogo recebeu os nomes Júre Edúgo (pintas da sucuri) e Kudóro Kavóro (arara azul). A cerimônia foi realizada na comunidade indígena de Tadarimana, no município de Rondonópolis. Paulo Isaac, doutor em Ciências Sociais, coordena o grupo de pesquisa e o programa de extensão denominado Siriema, Sociedades Indígenas e Regionais - Identidade e Meio Ambiente, no Campus de Rondonópolis. O professor também é um dos organizadores da Semana Indígena de Rondonópolis, que este ano teve como tema ‘’A Exposição Olhar da Criança Indígena’’. O Ipáre, que os "brancos" chamam de "batismo", é um evento que possui vários rituais e é realizado em dois dias. Começa com a coleta do urucum e das resinas de árvores que comporão o material de pintura dos corpos, a caça dos pássaros que fornecerão as plumas para os enfeites do nomeado e o trabalho de preparação da nomeação. Juntamente com o professor, duas crianças também receberam nomes Bororo. No momento em que o sol está se pondo no horizonte, os membros do clã levam-nos para a frente da casa e depois dão uma volta no pátio da aldeia e se colocam à frente do baito (casa grande). É a apresentação que o clã faz de seus novos membros à comunidade ondígena Bororo. Já à noite, depois da apresentação dos novos Bóe, que serão nomeados, a comunidade se reúne para cantar, a noite toda, a alegria da acolhida aos novos nomeados. A nomeação propriamente dita só é feita ao raiar do sol do dia seguinte. O padrinho posiciona-se à frente do nomeando e sopra-lhe o rosto, como também faz o padrinho quando levanta a criança. Ao fim da cerimônia, a comunidade se confraterniza e partilha alimentos tradicionais Bororo. A cerimônia foi realizada nos dias 18 e 19 de abril. Paulo Augusto Mário Isaac - Doutor em Ciências Sociais/Antropologia pela PUC-SP em 2004. Defendeu tese sobre a identidade de uma comunidade multiétnica em que abordou as questões do sentimento, da etnohistória e da transpermanência. Graduado em Ciências Sociais pela Unesp, também é licenciado em História, Pedagogia, Geografia e Economia. Trabalha com os índios Bororo/Bóe desde 1990 e escreveu um livro: O Drama da Educação Escolar Indígena Boé-Bororo. Atualmente é professor adjunto III da Universidade Federal de Mato Grosso. Desenvolve projetos de extensão para sociedades indígenas e 3ª Idade, identidade e meio ambiente. Atua também como assessor de assentamentos de agricultura familiar e produção agroecológica. Há 20 anos pesquisa e faz um trabalho extensionista permanente com os Bororo/Bóe de Tadarimana. Ultimamente acompanha o conflito da Terra Indígena de Jarudóri. Veja mais fotos e informações acessando o blog Siriemabororo. Fonte: Portal http://www.ufmt.br/ufmt/site/noticia/visualizar/1703/JulioMuller
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